um órgão vital.

Eu levo está vida há trinta anos!Pedindo hoje...pagando amanhã... tornando a pagar... sacando sobre o futuro... contando com o incerto... com a hipoteca do ganho... com as alternativas da fortuna... sempre de boa - fé, e sempre receoso de que duvidem de mim, porque sou cômico vem condenado de longe. Mas por que persisto? Por que não fujo á tentação de andar com o meu mambembe ás costas? Perguntem ás mariposas porque se queimam a luz... pergutem aos cães por que não fojem quando avistam ao longe a carrocinha da prefeitura,mas não perguntem a um artista de teatro por que não é outra coisa senão artista de teatro...Isto é uma fatalidade que nos condena o nosso próprio temperamento. O jogador é infeliz porque joga? O fraco bebedor porque bebe?... Também isto é um vício terrível porque ninguém considera vício e, portanto é confessável, não é uma vergonha, é uma profissão, uma profissão que absorve toda a atividade..toda a energia...todas as forças, e para quê? Qual o resultado de todo este afã? Chegar desamparado e paupérrimo a uma velhice cansada! Aí está o que é ser artista no Brasil!
(trecho do texto O Mambembe, de Arthur Azevedo)

É um órgão vital, após ler o texto de  Arthur Azevedo, reafirmo e me vejo nessa situação...e o que me faz andar e lutar é essa fé inabálavel dos artistas, inquietos, daqueles que vão em busca de vida de olhos fechados sem saber o que irá acontecer...e quem sabe? Não me perguntem como será o amanhã...responda quem puder ou souber....já dizia o samba....que essa inquietude continue e persista...e que  o sangue pulse e vida venha cheia de destinos a serem descobertos.....e que nós estejamos sempre ali em cena, sendo.
Por- Lili Lucca

1 comentários:

Beija-flor disse...

Que nós estejamos sempre ali, em cena.